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Apeoesp denuncia atropelo no processo de transformação de escolas em período integral


No início do ano, a deputada Bebel se reuniu com professores da EE Francisca Elisa da Silva, uma das que está sendo cotada para ser transformada em PEI - Imagem: Divulgação

A subsede em Piracicaba (SP) da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de Ensino do Estado de São Paulo) denuncia que a Secretaria Estadual da Educação continua atropelando o processo de implantação do PEI (Programa de Ensino Integral) em escolas estaduais. Justamente para cobrar que o processo seja o mais democrático possível e garanta que a comunidade escolar e, principalmente, os pais possam participar desta decisão, a subsede da Apeoesp está desenvolvendo um trabalho de conscientização para que todos participem desta decisão.


Em Piracicaba, de acordo com a coordenadora da Subsede em Piracicaba da Apeoesp, Roberta Iara, a informação é de que o governo estadual quer transformar em escolas de período integral a EE Francisca Elisa Da Silva, no Jardim Monumento; a EE Juracy Neves De Mello Ferraciú, no Jardim Santa Isabel, e a EE Luiz Gonzaga de Campos Toledo, na Vila Industrial, assim como a EE Vicente Luiz Grosso, na cidade de São Pedro (SP), que também integram a Diretoria Regional de Ensino.



Uma das preocupações da presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), é que com a implantação da escola em período integral acaba praticamente eliminando o ensino médio regular nestas escolas, tanto no período da manhã como no noturno. “Esta imposição é excludente e acaba prejudicando principalmente o jovem estudante que precisa conciliar os estudos com o trabalho para ajudar na renda familiar. Muitos jovens atualmente trabalham, por exemplo, em supermercados em parte da tarde e noite e precisam estudar pela manhã, o que acaba sendo inviabilizado com a implantação das escolas PEI. O jovem que estuda não tem como ficar sete horas na escola”, diz Bebel.


Para a presidenta da Apeoesp, uma escola de tempo integral não pode ser imposta de forma autoritária. “A adesão deve se dar por vontade clara e inequívoca da comunidade. É preciso que os estudantes queiram estudar na escola de tempo integral e que os pais e mães queiram enviar a ela seus filhos e filhas. As consultas à comunidade devem ser realizadas de forma aberta e democrática, com grande participação e amplo debate, sem qualquer tipo e censura e exclusão. Não devem ser feitas de forma apressada e superficial, e muitos menos serem manipuladas, como vem ocorrendo. A decisão final, do ponto de vista legal, cabe ao Conselho de Escola, que precisa ser composto democraticamente, com representação eleita de professores, pais, funcionários e estudantes, com reunião convocada com pauta definida e conhecimento prévio de todos os membros do Conselho”, diz Bebel.


A Apeoesp está orientando os pais para que, no caso dos primeiros rumores de que a escola pode ser incorporada ao PEI, seja iniciado o processo de mobilização, inclusive que busquem na unidade um representante da entidade para que o processo seja o mais democrático possível e todos possam participar, com a realização de uma ampla reunião com professores, pais/mães, funcionários e estudantes para tomar uma posição quando à possível adesão da unidade. Justamente por isso, nos bairros em que estão localizadas estas escolas está sendo feito comunicado através de carro de som.


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