*Professora Bebel
Neste Primeiro de Maio, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, realiza-se na Praça Charles Miller, em São Paulo, uma grande e representativa manifestação unitária das maiores centrais sindicais com país, com a presença do presidente Lula e do companheiro Fernando Haddad, além de algumas das principais lideranças sindicais e populares do Estado e do País.
O Primeiro de Maio tem um significado e uma importância que transcende uma conjuntura específica. Mesmo sob ditaduras, os trabalhadores sempre procuraram comemorar a data, porque representa a continuidade das lutas da classe ao longo do tempo, reafirmando a unidade e a perseverança na defesa dos direitos, na busca de novas conquistas e também na construção de uma sociedade justa, fraterna, solidária. Afinal a solidariedade ativa entre os trabalhadores está na origem das primeiras organizações da classe trabalhadora, que vieram se tornar sindicatos como hoje os conhecemos.
A data do Primeiro de Maio remonta às lutas dos trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, que no do dia 1º de maio de 1886 realizaram uma histórica greve geral que paralisou totalmente a cidade, ocasião na qual os grevistas e seus apoiadores enfrentaram uma feroz repressão policial.
No Brasil, desde o golpe de 2016, que retirou a presidenta Dilma Rousseff do governo e abriu um período de graves retrocessos em todas as esferas da vida social, particularmente no que diz respeito aos direitos da classe trabalhadora e da população mais pobre, podemos dizer que não temos muito a comemorar. Sim, por um lado isso é verdade, mas por outro lado o Primeiro de Maio tem justamente esse condão de unir, concentrar energias, incentivar a resistência, as lutas, o destemor frente aos desafios. Por isso devemos comemorar, sim, nossa resiliência e nossa disposição para superar as dificuldades e continuar lutando pelos nossos direitos e por ambientes saudáveis de trabalho, porque nem o golpe e suas consequências conseguiram destruir o movimento sindical e popular. Muito pelo contrário. Estamos vivos e fortes!
E este Primeiro de Maio, sobretudo, tem a marca da esperança. Está em curso uma mobilização social e política poucas vezes vista no nosso país e no estado de São Paulo para virar a página do autoritarismo, do atraso, dos retrocessos sociais e políticos, para podermos retomar no Brasil um projeto de nação soberana e igualitária e, nosso estado, para abrir novo capítulo de desenvolvimento com distribuição de renda, fortalecimento dos serviços públicos e atendimento das necessidades fundamentais da população. É possível e necessário derrotar o governo genocida de Bolsonaro e retirar, finalmente, o PSDB do governo paulista, onde se encastelou há quase três décadas.
Por isso, professores e professoras estarão presentes nesta manifestação, juntamente com milhares de outros trabalhadores e trabalhadoras dos demais segmentos. Vamos reafirmar nosso compromisso de luta e trabalhar com afinco ainda maior por esse projeto de estado e de nação.
Viva a classe trabalhadora! *Professora Bebel é presidenta da Apeoesp e deputada estadual pelo PT
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