O consumo de leite e seus derivados pode representar problemas para saúde de algumas pessoas: cerca de 53 milhões de brasileiros convivem com algum grau de intolerância à lactose, segundo o Instituto Datafolha, e, aproximadamente, 3% da população possui APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca). Embora sejam problemas distintos, ambos os quadros levam o paciente a adotar um planejamento alimentar personalizado a fim de evitar desconfortos no estômago, diarreias, manifestações cutâneas, perda de peso, dentre outros sintomas.
Como explica a coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, professora Karoline Vieira, a APLV uma reação do sistema imunológico a algumas proteínas do leite de vaca e é mais comum em crianças, já a intolerância é uma resposta do sistema digestivo ao açúcar presente no leite e em seus derivados, mais provável de ser desenvolvida em adultos e idosos. “Uma alimentação equilibrada, com o um plano alimentar desenvolvido de maneira personalizada, que respeita os hábitos alimentares e necessidades do paciente, se torna o principal ponto a ser trabalhado para o controle dessas condições”.
Em casos de sintomas, o diagnóstico de um profissional de saúde é indispensável para identificar a natureza do problema e definir o melhor tratamento. A substituição do leite de origem animal para essas pessoas pode ser um caminho para aumentar a qualidade de vida e o acompanhamento de um nutricionista qualificado é essencial para a garantia de ingestão adequada de nutrientes para o organismo.
CÁLCIO
Uma das principais preocupações de quem elimina o leite do dia a dia é a fonte de cálcio para suprir as necessidades do corpo. O elemento é importante para o fortalecimento dos ossos e dos dentes e para a coagulação sanguínea, dentre outras funções importantes. A quantidade diária indicada varia de acordo com a idade, com aumento progressivo, e estima-se que pessoas com mais de 50 anos devam consumir uma média de 1.200 miligramas.
“Alimentos ricos em cálcio mais comuns do supermercado são o brócolis e o espinafre, sardinhas para os que comem carnes, além de oleaginosas como amêndoas e castanha-do-pará, que têm alta concentração do nutriente”, afirma a professora da Anhanguera. Outra forma de ingerir a quantidade ideal do elemento é por meio de suplementos, com acompanhamento de um nutricionista graduado.
BEBIDAS VEGETAIS
Leites de fonte vegetal podem ser uma alternativa interessante para pessoas com restrição à lactose ou APLV. “Essas opções são ricas em nutrientes, são facilmente produzidos em casa e podem substituir o uso do ingrediente de origem animal em receitas comuns da cultura do brasileiro”, afirma a docente. “As variações feitas com amêndoas, soja ou coco são indicadas para o consumo diário e para o preparo de bolos e doces, uma vez que têm bastante gordura e cremosidade. O retrogosto de cada leite vegetal é diferente do vindo de vaca e outros bichos, portando, é interessante experimentar para definir com qual o indivíduo se adapta melhor”, finaliza.
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