Mais um caso de violência escolar chocou o País. Quatro professoras e dois alunos foram as vítimas de um estudante, por volta das 7h20 desta segunda-feira (27), na Escola Estadual Thomazia Montoro, unidade de ensino fundamental II, no bairro Vila Sônia, na Zona Oeste da capital paulista. O autor do ataque - das quatro professoras uma morreu; a que sofreu alguns golpes encontra-se estável e as outras duas foram os golpes superficiais, além de dois alunos, um estável, já atendido, e um outro em estado de choque - é um jovem de 13 anos, que era estudante do 8º ano da escola onde ocorreu o atentado, que foi detido pela polícia. A presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), deputada Professora Bebel (PT), relaciona a violência ocorrida nesta segunda na capital paulista ao abandono das escolas estaduais (leia o artigo nesta matéria).
Na última sexta-feira (24), a presidenta da Apeoesp , a deputada estadual Professora Bebel (PT), havia se pronunciado sobre a violência nas unidades escolares. "Infelizmente, o que tem ocorrido nas escolas é resultado do sucateamento da educação pública estadual. Faltam funcionários, falta segurança e no entorno das unidades não existe trabalho preventivo. Há anos a Apeoesp e o meu mandato popular cobram políticas do Estado contra a violência nas escolas, mas os seguidos governos estaduais, em vez de resolver os problemas, reduzem possíveis soluções, como o programa de mediação escolar”, escreveu Bebel em suas redes sociais ao tomar conhecimento de que um estudante de 19 anos havia sido preso em flagrante, no último dia 22 de março, em Piracicaba (SP), depois de ameaçar colegas em uma escola estadual, utilizando um cutelo, um tipo de faca usado para cortar carnes.
Neste episódio, a presidenta da Apeoesp e deputada diz que felizmente ninguém se feriu. Porém, ela enfatiza que a Apeoesp realiza pesquisas periódicas sobre a violência nas escolas e constata frequentemente que a comunidade escolar se sente insegura. “Por isso, mais uma vez, aí vai a o alerta: governador Tarcísio, secretário Feder, precisamos de tecnologia na educação sim, mas existem outros problemas graves a se resolver antes disso. Problemas estruturais que conduzem à deficiências na qualidade do ensino e à ocorrência desses lamentáveis casos de violência”, escreveu Bebel.
PRESIDENTA DA APEOESP
Confira o artigo, na íntegra, escrito pela presidenta da Apeoesp, deputada Professora Bebel, sobre a violência ocorrida nesta segunda-feira (27), em escola da capital paulista:
Mais um caso de violência expõe o abandono das escolas estaduais
Mais um caso lamentável e chocante de violência em escola estadual expõe o descaso e o abandono do Estado para com as unidades da rede estadual de ensino de São Paulo.
Um adolescente invadiu na manhã desta segunda-feira a Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro da Vila Sônia, zona oeste da Capital e esfaqueou quatro pessoas, causando a morte de uma professora, até o momento identificada apenas como Beth. As outras três vítimas, pelas informações disponíveis, não correm risco de morte.
A APEOESP vem há anos realizando pesquisas sobre a questão da violência nas escolas e cobrando da Secretaria Estadual da Educação e demais órgãos do Governo Estadual providências para a redução da incidência dessas ocorrências. Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções.
O orçamento anual da SEDUC passa de 40 bilhões de reais. Não falta recurso. Falta à gestão encarar problemas reais de gente de carne e osso com competência e zelo com o dinheiro do contribuinte. O que se vê, mais uma vez, é uma gestão encastelada, tocada por quem não entende de Educação. Isso é uma fábrica de tragédias. O caso da Vila Sônia, aliás, ocorre exatamente 4 anos depois do massacre ocorrido numa escola estadual em Suzano, que vitimou 8 pessoas. O que foi feito de lá para cá? Com a palavra, a comunidade escolar, nossa juventude, o contribuinte, o povo paulista.
O programa de mediação escolar, criado em 2009 pela Secretaria da Educação a partir de proposta da APEOESP, em que professores trabalhavam na solução de conflitos e harmonização do ambiente escolar - foi virtualmente abandonado. As consequências se fazem sentir no crescimento do número de casos.
É necessário que o Governo do Estado ouça a comunidade e, de imediato, que recomponha o quadro de funcionários das escolas estaduais – não com pessoal terceirizado, mas com servidores selecionados por meio de concurso público – e que retome o programa de mediação escolar. (Maria Izabel Azevedo Noronha, a Professora Bebel, é deputada estadual e presidenta da Apeoesp)
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