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Professores aprovam calendário de luta contra“nova carreira” e por reajuste de 33,24%


Acompanhados pela deputada Bebel, professores tomaram os corredores da Alesp e se posicionavam contra a nova carreira - Imagem: Divulgação

Em assembleia promovida pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de Ensino do Estado de São Paulo) nesta última terça-feira (29), em frente à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), milhares de professores de diversas regiões paulistas, inclusive de Piracicaba (SP), aprovaram um calendário de lutas contra a chamada “nova carreira” e por reajuste salarial de 33,24% para que os salários do magistério estadual sejam equiparados ao Piso Salarial Nacional, que estabelece uma nova assembleia para o próximo dia 8, com paralisação dos professores.


A “nova carreira” foi aprovada pela Alesp sob fortes protestos dos professores, que liderados pela presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT) reivindicavam o desmembramento do PLC 03/2022, proposta que acabou sendo rejeitada pelo plenário com 49 votos, todos de deputados governistas, entre eles Alex Madureira (PL) e Roberto Morais (Cidadania), ambos com domicílio eleitoral em Piracicaba.



Com isso, foi à votação e aprovado o projeto que garante reajuste salarial de 10% a todos os professores, inclusive aos aposentados, mas atrelado à chamada “nova carreira”. De acordo com a Professora Bebe, a “nova carreira”, na realidade, é o desmonte da nossa carreira. “Porque perderemos quinquênios, sexta-parte e outros direitos, além de qualquer melhoria salarial dependerá de aprovação nas chamadas provinhas de avaliação. Também passaremos a trabalhar mais 14 horas semanais dentro das escolas, sem aumento salarial correspondente. Já o subsidio inicial de R$ 5 mil será corroído pelo aumento dos descontos, com o professor, na prática, recebendo pouco mais de R$ 3.700,00, além do que o tempo de serviço e experiência não serão fatores evolutivos e os professores levarão 28 anos para chegar à 11ª referência, no total de 15, fazendo provinhas e avaliações subjetivas. Já os professores temporários (categoria O) serão enquadrados compulsoriamente na referência 1 quando da renovação de seus contratos e ficarão estagnados, sem evolução e sem carreira, recebendo no máximo pouco mais de R$ 3.700,00 e trabalhando mais”, explica a deputada e presidenta da Apeoesp.


Para a deputada Professora Bebel, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, “entrará para a história como o secretário mais trágico. Sua presença no Poder Executivo é uma desonra e um escárnio à Educação. Mas não vamos esmorecer", disse Bebel, acrescentando que: "Ele e todos os seus carregarão em suas biografias as digitais de uma farsa. As eleições ocorrerão em breve. Lembraremos dele e dos partícipes do desdém com a educação e com seus profissionais em São Paulo", disse.


Para Bebel, “os 10% concedidos ao magistério não são nenhuma dádiva, porque há anos que lutamos pela recuperação das nossas perdas. Portanto, esse reajuste é nosso por direito e em isonomia com os demais servidores estaduais e não abrimos mão do reajuste salarial de 33,24% para todos os professores".


Calendário de luta

Segundo a Apeoesp, o calendário de mobilização e luta dos professores em protesto à nova carreira e em defesa do reajuste salarial de 33,24% estabelece manifestações nas Diretorias de Ensino nesta sexta-feira (1º), no “Dia do Mentiroso Doria”, que marca a saída do governador João Doria do cargo para disputar as eleições deste ano. Já no dia 4 de abril, serão realizadas visitas nas escolas visando a mobilização dos professores, enquanto que no dia 5 encontro com pais e no dia 6 assembleias regionais para debater a greve, que será abordada em assembleia estadual, no dia 8 de abril, em local e horário a serem definidos pela Apeoesp.


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