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Série “Adolescência”: pedagoga orienta pais a não adiarem mais conversas difíceis com os filhos

  • Foto do escritor: O Canal da Lili
    O Canal da Lili
  • 6 de abr.
  • 3 min de leitura

Depois de assistir à série Adolescência, da Netflix, muita gente ficou em choque. Mas, o que assusta ainda mais é que aquela história, que parece ficção, está mais próxima do que se imagina. "A verdade é que aquilo pode acontecer com qualquer família. Mesmo com pais presentes e amorosos", alerta Mariana Ruske, pedagoga e fundadora da Senses Montessori School, uma escola e berçário bilíngue que segue os princípios do método Montessori.


A adolescência sempre foi uma fase turbulenta. Mas, hoje, ela acontece sob pressão — com excesso de estímulos, redes sociais 24h por dia, pornografia, discursos de ódio, influenciadores e um algoritmo treinado para viciar. “Os pais estão achando que os filhos estão seguros no quarto. Mas, é na tela que muita coisa começa a desmoronar”, diz Mariana.





Para ajudar pais e cuidadores a atravessar esse momento com mais clareza e segurança, Mariana lista 5 reflexões urgentes:

1. Educação sexual começa cedo — e não tem nada a ver com erotização

Até os 9 anos, o foco é ensinar respeito ao corpo, limites e situações de risco. Isso protege a criança e a prepara para se defender — de abusos, bullying e até do papel de agressora. Na pré-adolescência, é hora de falar sobre consentimento, relacionamentos reais e diferenciar pornografia de realidade.

2. O algoritmo não tem empatia — mas os pais têm

Seu filho pode estar aprendendo sobre sexo e amor com vídeos violentos e distorcidos. E sobre autoestima com influenciadores que propagam ódio, racismo ou machismo. Fique atento ao que ele consome on-line e mantenha canais de conversa abertos.

3. A autoconfiança se constrói — não se entrega

Crianças superprotegidas ou elogiadas em excesso têm mais dificuldade de lidar com frustrações. Permita que seu filho enfrente desafios reais, sinta que é capaz, reconheça seu próprio esforço. Isso evita a busca desesperada por validação externa.



4. O exemplo fala mais alto do que qualquer conversa

Seu filho aprende sobre respeito, diálogo e convivência observando a forma como você se comunica e resolve conflitos em casa. “A adolescência é um espelho do que foi construído na infância — e da relação que foi cultivada”, lembra Mariana.

5. Crie uma rede de apoio, não um campo de guerra

Conheça os amigos do seu filho e, sempre que possível, seus pais. Relações saudáveis ajudam a construir uma “microcomunidade” de segurança e pertencimento. Quanto mais forte essa rede, menor a chance de ele buscar aceitação em grupos radicais ou nocivos.


Se você é pai, mãe ou cuidador, talvez já tenha sentido aquele medo silencioso: “Será que estou conseguindo proteger meu filho do mundo lá fora?”. A resposta está dentro de casa. Começa no diálogo, no exemplo, na escuta e, principalmente, na coragem de enfrentar as conversas que mais assustam. Porque o maior risco não está no que é dito — mas no que nunca é falado.


Mariana Ruske

Mariana é pedagoga há 12 anos, especializada no método Montessori e fundadora da Senses Montessori School, referência em bilinguismo e educação Montessori no Brasil. Mãe de dois meninos, sua trajetória inclui formações em engenharia e astrofísica antes de encontrar sua vocação na pedagogia, impulsionada pela paixão pelo cérebro humano e seu desenvolvimento. Palestrante e ativista, dedica-se a disseminar informações sobre a proteção infantil contra abuso e violência. Defende que a educação infantil é a base do futuro e vê na Pedagogia Científica de Maria Montessori a ferramenta ideal para um desenvolvimento integral.

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